A história da Paróquia São José, situada na Vila Industrial em Campinas-SP, tem inicio por volta dos idos de 1911, quando os primeiros missionários da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração, fundada pelo Pe Júlio Chevalier, na cidade de Issoudum, na França em dezembro de 1854, chegaram ao Brasil. Animados pelo carisma de quem se coloca em Missão, em 1915 deixam a cidade de destino, Pouso Alegre, Minas Gerais e passam pelas cidades de Bauru e Campinas, onde fundaram a Paróquia São José, que foi a primeira Paróquia da Diocese de Campinas a ser oficializada fora do Centro da Cidade – tendo muito a ver com a própria história da Vila Industrial.

D João Batista Correa Nery, então Bispo de Campinas, autorizou a fundação e pediu aos Missionários do Sagrado Coração que lhe cedessem alguns padres para lecionarem no Seminário e Ginásio Diocesano. Feito o acordo, ficou decidida a fundação de uma Paróquia na Vila Industrial.

Pe Adriano Van Iersel, havia adquirido da Santa Casa de Misericórdia um terreno de 8.700 m². Tendo ele conhecimentos de engenharia, elaborou em parceria com o arquiteto Henrique Fortini, as plantas da Casa Paroquial e da Igreja em estilo neo-gótico. As obras iniciaram-se em 1917, contando principalmente com o auxílio dos próprios moradores da Vila Industrial, em sua maioria operários das Ferrovias Mogiana e Paulista. Contam que Pe Adriano era visto frequentemente preparando reboco, com a batina suja de barro amarrada pelo cordão da cintura. Segundo depoimentos, Pe Nicolau também participava ativamente da construção da Igreja, acompanhando o trabalho dos operários.

Aos três dias do mês de junho em 1921, Dom Francisco de Campos Barreto, então Bispo Diocesano, assinou o Decreto nº 1 “Sobre a Erecção da Matriz de São José na Villa Industrial em Campinas”, separando, dividindo e desmembrando do “Curato de Nossa Cathedral”. A instalação da Paróquia se deu no dia 19 de junho, em Missa presidida pelo Cônego João Alexandre Loschi, Cura da Catedral, que deu posse ao encarregado da Paróquia, Padre Adriano Van Iersel, da Congregação dos Missionários do Sagrado Coração.

A casa paroquial da Igreja São José funcionava como a Casa-Mãe dos MSC. Os padres holandeses recém-chegados ao Brasil para ela se dirigiam, antes de serem encaminhados às respectivas Paróquias. Alguns ali ficavam mais tempo para aprenderem o idioma português. Muitos antigos paroquianos recordam a bela visão de missionários caminhando entre as alamedas floridas da chácara anexa, cantado e rezando seu breviário. (trecho retirado do Documentário, elaborado por Terezinha Antonelli, moradora da Vila Industrial, por ocasião da comemoração dos 75 anos da Paróquia São José).

 Em 2021, a Paróquia São José comemora o seu centenário. Nesse tempo muitos fatos marcaram sua presença na Vila Industrial, sempre como símbolo de trabalho, evangelização e, sobretudo, ponto de encontro de seus moradores. Muitos foram os sacerdotes que por lá passaram e a Comunidade cresceu sob a orientação espiritual desses missionários que sempre contribuíram para que seus fiéis permanecessem no caminho da fé.

Hoje com100 anos de história e muita devoção, a Paróquia São José continua sua missão de evangelizar, contando com o auxílio de aproximadamente 250 agentes de pastoral que compõem as suas 24 pastorais. Ainda fazem parte desse espaço missionário as duas comunidades, São Roque e São Vicente.

Seus fiéis frequentadores, moradores da Vila Industrial e alguns outros de bairros vizinhos, que por devoção ao padroeiro, São José, ou por se sentirem acolhidos pela comunidade, se colocam a serviço, com alegria e disposição em favor da construção do Reino de Deus no meio de nós.

Além das festividades no dia do Padroeiro, 19 de março, onde são celebradas 05 missas durante o dia e oferecidos deliciosos quitutes em barracas que funcionam a partir das 07h30 no estacionamento da Paróquia, também mantendo antiga tradição, durante todo o mês de junho acontece a Quermesse nos finais de semana. Estas festas ajudam na manutenção e obras para manter essa histórica Igreja.

 

Vila Industrial

Vila Industrial é um bairro da Região Sul de Campinas e ao lado do Centro. Ao norte está o complexo ferroviário no qual se localiza a Estação Cultura e o Centro de Campinas. Na parte mais a oeste da Vila Industrial está a nova estação rodoviária, o Terminal Multimodal Ramos de Azevedo e a Paróquia São José. Sob uma parte do bairro passa o Complexo Viário Túnel Joá Penteado.

Ao norte da Vila Industrial está o Centro, ao sul o ficam Parque Itália e o São Bernardo, a leste a Ponte Preta, a sudeste o Jardim Leonor e a oeste estão a Vila Teixeira, a Vila Aurocan e o Jardim Miranda, na imediações do antigo Curtume Cantúsio.

Trata-se de um dos primeiros bairros da cidade, formado ainda no século XIX. Nele se localiza a Vila Manoel Dias, reduto de operários, formada na década de 1930 e tombada[1] como patrimônio histórico de Campinas.

A Vila Industrial sofreu a influência da ferrovia, tendo mesmo surgido em função desta, pois com a organização das oficinas de reparo e adaptação do material das duas empresas, Paulista e Mogiana, nos pontos escolhidos, a Oeste, processou-se a urbanização da parte sul do pátio ferroviário. Tanto o operariado das oficinas, como o pessoal da conservação, de manobras e dos armazéns de baldeação procurou instalar-se nas imediações, preferindo os terrenos do sul pouco valorizados. A ocupação desses terrenos não tardou a efetivar-se surgindo o bairro da Vila Industrial, que conserva a sua função primitiva. É opinião dos pesquisadores que a fisionomia da área envoltória da estação não tenha sofrido alteração em suas características de urbanização, apresentando até hoje as mesmas características do século passado. 

Hoje a Vila Industrial mantém o perfil de um bairro urbano residencial.